10 de out. de 2017

“É preciso separar a fatalidade associada ao diagnóstico”, afirma sobrevivente de câncer de mama


Segundo o Inca, são estimados para 2017 cerca de 70 novos casos no Acre – 12 a mais do que em 2016


Contilnet/ASTORIGE CARNEIRO - Conscientização. Prevenção. Tratamento. Essas são as palavras geralmente associadas ao assunto do câncer, mas um sentimento quase sempre prevalece sobre elas: o medo. Associar um fim iminente com um diagnóstico de câncer é natural, pois a doença já vem agregada com um peso terrível de mortes em todo o mundo, e esse medo apenas aumenta caso haja histórico familiar da doença.

No Outubro Rosa, mês dedicado especificamente aos cuidados e incentivo aos exames relacionados ao câncer de mama, vale relembrar que, no Acre, a conscientização vem crescendo – e os números não mentem. Em 2016, 3.666 mamografias foram realizadas no Estado do Acre. Este ano, até o início de outubro, mais de quatro mil exames já foram registrados, sendo 517 apenas no mês passado.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), 58 novos casos foram registrados ano passado, com 25 mulheres fatalmente atingidas. Infelizmente, os números tendem a aumentar este ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados para 2017 cerca de 70 novos casos no Acre – 12 a mais em relação ao ano passado.

Autoexame é importante para detectar possível câncer em estágio inicial. Imagem: Reprodução

DIAGNÓSTICO NÃO É SENTENÇA DE MORTE

“Por já existirem casos na minha família, minha reação inicial, naturalmente, foi de medo. De pensar que minha vida iria encontrar um fim que eu não imaginava. Mas, no decorrer dos dias seguintes, fui refletindo e percebi que não é preciso associar a fatalidade com o diagnóstico. Estava viva, e queria sobreviver a essa doença”, relatou à equipe da ContilNet Evaniza Mota, 42, sobre o momento em que recebeu a confirmação do câncer de mama há sete anos atrás.

Com apenas 34 anos na época, Eva (como é chamada pelos amigos e familiares) passou por tratamento no Rio de Janeiro após consultas com um mastologista e uma biópsia previamente realizadas. A mastectomia (cirurgia de remoção total da mama) foi considerada, mas após o resultado de uma quadrantectomia (quando é removido apenas um quarto da mama), nenhum procedimento cirúrgico extremo foi necessário.

Evaniza Mota, sobrevivente do câncer de mama e Carina Hechenberger, gerente de assistência do Cecon. Foto: ContilNet

“Realizei mais exames de rotina e tratamento preventivo pela rede particular de atendimento no Rio de Janeiro: radioterapia e quimioterapia oral por cinco anos. O acompanhamento inicial de três em três meses, depois de semestre em semestre, e por fim, de ano em ano. Os efeitos colaterais, graças a Deus, não me atingiram”, detalhou Eva.

Atualmente, Eva trabalha como agente administrativa no Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon) e também já atuou como técnica de enfermagem. O conselho dela para quem vier a ser diagnosticado? Separar fatalidade do diagnóstico.

“Muita coisa mudou, e agora é importante não deixar para vir apenas durante o Outubro Rosa. Não tenham vergonha, perguntem, realizem o autoexame da mama, se toquem. Se você realizou algum exame e não apresentou nada, faça de ano em ano. Caso seja detectado um nódulo ou cisto, de seis em seis meses, além de um exame mais preciso (como biópsia) dependendo da recomendação médica”, detalhou.

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