4 de ago. de 2017

Filho e mulher de Maduro são eleitos para Assembleia Constituinte da Venezuela


Órgão de 545 membros redigirá nova Constituição e funcionará como suprapoder.
 Nicolas Ernesto Maduro Guerra, filho do presidente da Venezuela, que também é conhecido com o ‘Nicolasito’ em foto de abril de 2006 (Foto: Juan Barreto / AFP )


O filho e a esposa do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram eleitos como membros da polêmica Assembleia Nacional Constituinte que redigirá a nova Constituição do país, anunciou a autoridade eleitoral nesta terça-feira (01). "Nicolasito" Maduro e Cilia Flores formarão o órgão de 545 membros, que funcionará como um suprapoder.

Nicolás Ernesto Maduro Guerra, 27 anos, entrou na arena política com a sua candidatura à Constituinte. Concorreu na eleição setorial como representante da administração pública, na qual trabalhou desde que o seu pai chegou ao poder, em 2013, ocupando altos cargos criados pelo presidente.

Além da eleição por setor social, na qual 173 candidatos foram escolhidos, também houve uma eleição territorial, para definir outros 364 membros, sendo um representante por cada município e dois para cada capital, independentemente do número de habitantes.

O agora membro da Assembleia Constituinte, Nicolasito era praticamente um desconhecido, embora há alguns anos tenha causado polêmica após a circulação de imagens suas recebendo uma "chuva de dólares" enquanto dançava em uma festa de casamento.

Em sua biografia no Twitter, afirma que é graduado em Economia, flautista do aclamado sistema de orquestras juvenis e "soldado de Chávez até além da vida".

O presidente venezuelano propôs a Constituinte como solução para a grave crise política do país, mas a oposição, que exige eleições gerais, considera a iniciativa uma fraude para tentar perpetuar o presidente no poder. Os opositores têm maioria no Parlamento.

Crítica
O reitor do poder eleitoral venezuelano Luis Emilio Rondón denunciou nesta terça-feira (1º) irregularidades na votação. Rondón, único reitor eleitoral alinhado com a oposição entre os cinco membros do organismo, declarou que "pela primeira vez" não pode avalizar a "consistência ou veracidade" dos resultados, pois tomaram decisões que atentam contra sua credibilidade.

O reitor denunciou ainda que antes de sua publicação, os resultados foram entregues a Maduro.

"Controles que fazem do sistema eleitoral um sistema seguro foram flexibilizados e, em alguns casos, eliminados. Eliminaram algumas auditorias (...). É preciso saber se as pessoas votaram mais de uma vez".

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