5 de mai. de 2017

Líder estudantil é assassinado em assembleia na Venezuela


Universitários são reprimidos pela polícia durante manifestação em Caracas
 
Estudante da Universidade Central da Venezuela entram em confronto com a polícia em Caracas - RONALDO SCHEMIDT / AFP


Um dirigente estudantil foi assassinado a tiros nesta quinta-feira numa assembleia na sua universidade em Anzoátegui, Norte da Venezuela, segundo a Procuradoria venezuelana. As autoridades não confirmaram se a vítima participava dos protestos de estudantes que ocorrem em todo o país. Estudantes universitários convocaram novas manifestações em diversos pontos do país contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Ele encontrava-se em uma assembleia estudantil. No final, um dos participantes se aproximou e disparou vários tiros. Em seguida fugiu em uma moto", disse o boletim do Ministério Público.

José López, de 33 anos, era presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Territorial José Antonio Anzoátegui. Outras três pessoas ficaram feridas no local, de acordo com a Procuradoria.

Mais cedo, o número de mortos nas manifestações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia subido para 36, após um policial ser baleado na madrugada desta quinta-feira no estado de Carabobo. Em Caracas, manifestantes que protestam no entorno da Universidade Central da Venezuela, a maior e mais antiga do país, foram reprimidos com gás lacrimogêneo por membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). De acordo com o jornal "El Nacional", há vários jovens feridos. O entorno da Universidade Central da Venezuela (UCV)amanheceu rodeado por centenas de agentes das forças de segurança.

Os confrontos entre os estudantes e as forças de segurança começaram quando as unidades anti-motim tentaram dispersar uma marcha de centenas de alunos da UCV lançando bombas de gás lacrimogêneo, enquanto um grupo de jovens encapuzados respondiam com pedras e coquetéis molotov.

— Somos estudantes, não somos terroristas — gritavam os universitários aos policiais que bloqueavam uma das principais entradas da universidade com caminhões blindados.

Os estudantes realizaram assembleias em diversas universidades em Caracas e outras cidades do país e depois foram às ruas para rechaçar a Assembleia Nacional Constituinte que Maduro convocou, exigindo sua saída do poder.

Na quarta-feira, foram registrados violentos confrontos entre policiais e manifestantes em diversos bairros do Leste da capital venezuelana, que deixaram dezenas de feridos e dois mortos. No total, os protestos já provocaram mais de 400 feridos e 1.708 detidos, dos quais 597 permanecem presos, segundo estimativas da ONG Foro Penal Venezuelano.

A oposição acusa Maduro de utilizar a Constituinte para evitar as eleições de governadores, adiadas desde o ano passado, e as eleições de prefeitos, originalmente previstas para este ano. Os adversários de Maduro afirmam que permanecerão nas ruas até conseguir a convocação de eleições gerais, que se abra um canal humanitário para o ingresso de alimentos e medicamentos, que os presos políticos sejam libertados e que os grupos paramilitares seja desarmados.

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