25 de abr. de 2016

JUÍZA DEVE INDICAR NOVOS MÉDICOS PARA AVALIAR HILDEBRANDO, "ELE PODE MORRER", DIZ ADVOGADA


O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público
Médicos do Acre recusam assinar laudo que mandaria Hildebrando para casa. Advogada teme que ele morra

ASSEM NETO - Desde dezembro do ano passado são nomeados profissionais de Medicina para atestar as condições clínicas do ex-coronel Hildebrando Pascoal. Todos, no entanto, alegaram algum impedimento para compor a junta médica responsável por emitir o laudo. “É um caso ímpar no país. Mas nós não podemos nos contrapor à decisão pessoal deles”, diz um dos advogados do ex-deputado, Mirla Melo. Os médicos alegam, dentre outros motivos, que já cuidaram de Hildebrando noutras ocasiões, ou que têm algum parentesco com ele, mesmo que de terceiro grau.

Hildebrando enfrenta graves problemas de saúde
Pascoal é o único detento do país custodiado pelo estado, mas com todas as despesas médicas arcadas pela família. Ele está internado há 8 meses na Santa Casa de Misericórdia, onde, por decisão do próprio paciente, a comunicação está restrita aos filhos e à ex-esposa.

A juíza Luana Campos, de Execuções Penais, que há 13 meses determinou a prisão domiciliar de Hildebrando, deve analisar nesta terça-feira a indicação de três novos médicos. “Fizemos a opção por médicos do próprio estado, que trabalham no SUS. Queremos um exame fiel, isento, livre de quaisquer suspeitas”, informou Mirla Melo. Os nomes são escolhidos pela defesa do ex-coronel. A magistrada, de acordo com informações da advogada, precisa de uma avaliação de no mínimo três profissionais para se resguardar juridicamente caso seja confirmado que o detento necessita estar próximo da família.

Mandado de segurança assinado pela
Desembargadora Waldirene Cordeiro

TJ nega recurso do MP

O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público. Em decisão publicada no dia 4 deste mês, o Tribunal de Justiça, através da Câmara Criminal, arquivou o processo em que o MP, por meio de mandado de segurança, pedia que fosse refeito o exame criminológico no qual Hildebrando é considerado apto para voltar a conviver em sociedade. Os promotores alegaram que o ex-coronel é “altamente perigoso”. O arquivamento foi ordenado pela desembargadora Valdirene Cordeiro, presidente da Câmara Criminal, atendendo ao voto da relatora, desembargadora Maria da Penha.

Médicos do Acre recusam assinar laudo que
 mandaria Hildebrando para casa

Na Santa Casa

O ex-coronel, de 67 anos, sofre de hipertensão, diabetes, osteoporose e outras doenças oportunistas, e se nega a fazer uso de Morfina – narcótico de alto poder analgésico para aliviar dores severas. 

“Sinceramente, tememos que ele vá a óbito”, afirma a advogada. Dois agentes penitenciários se revezam na ante-sala do apartamento 8, no segundo piso da Santa Casa. Por orientação da médica Eliena Silva, que assina as prescrições todos os dias, os agentes também devem auxiliar o paciente em situações de emergência, já que ele não consegue mais caminhar e, para evitar a Morfina, prefere usar doses contínuas de ansiolíticos como Rivotril. Hildebrando dorme bastante em razão do efeito do remédio e, em certos momentos, não consegue organizar o pensamento. A medicação Tramal, uma droga poderosa contra dor, já não faz efeito.

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