4 de set. de 2015

TEMER DIZ ACHAR DIFÍCIL QUE DILMA RESISTA ATÉ O FIM DO MANDATO COM POPULARIDADE TÃO BAIXA


Em palestra, vice garantiu que não move 'uma palha' para tomar o lugar da petista e que respeitaria uma eventual derrota na Justiça Eleitoral: 'Se o TSE cassar a chapa, acabou'

O vice-presidente Michel Temer, em São Paulo: Levy tem 'apoio pleno' do PMDB(Alex Silva/Estadão Conteúdo)


O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) afirmou nesta quinta-feira, a respeito dos recordes negativos de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo". "Se continuar assim, com 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil", disse a empresários, em palestra promovida em São Paulo pela socialite Rosangela Lyra, do movimento Acorda Brasil, de oposição a Dilma. Ao mesmo tempo, o peemedebista garantiu que não move "uma palha" para tomar o lugar da petista.


Temer comentou que uma melhora na situação econômica poderia reverter o quadro de impopularidade da presidente. "Se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando a um patamar razoável", disse ele. "O que nós precisamos não é torcer, é trabalhar."

TSE - Quando questionado sobre os cenários que podem levar ao fim precoce do mandato, o peemedebista disse que Dilma "não é de renunciar" e surpreendeu ao afirmar que não questionaria uma eventual decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar a chapa da petista, o que acarretaria no afastamento da presidente e do vice. "Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente. Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida", afirmou, arrancando risos da plateia.

Levy - No encontro, Temer também manifestou "apoio pleno" do PMDB ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que nesta quinta, após rumores de que estaria deixando o governo, se reuniu com Dilma e acertou sua permanência - por enquanto. O vice negou que seu partido queira a saída de Levy. Ao contrário: "A saída do Levy agora seria muito prejudicial para o país", afirmou, emendando que reuniu líderes da legenda para pedir "apoio expresso" ao chefe da equipe econômica.

CPMF - Sobre a tentativa frustrada do governo de ressuscitar a CPMF, Temer confirmou que foi contra e relatou o que disse a Dilma quando foi informado sobre a iniciativa. "Quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação. A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso. O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso. Será uma derrota política e outra econômica."
Temer também comentou sua recente declaração sobre a carência de alguém para "reunificar" o país. O vice disse ter feito o comentário num momento em que era necessário frisar a gravidade da crise. Ele lembrou que Dilma havia reunido os governadores para falar da atual situação econômica, mas, pouco depois, o Congresso aprovou medidas da chamada pauta-bomba, elevando ainda mais os gastos da União.

Questionado sobre os mecanismos de combate à corrupção, Temer afirmou que não são necessárias novas leis e que a tentativa de criar novos itens na legislação às vezes pode ser demagógica.

(Com Estadão Conteúdo)

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