28 de mai. de 2015

AVIÃO COM DOIS AMAZONENSES A BORDO E MAIS DE 600 TABLETES DE COCAÍNA É ABATIDO NA VENEZUELA



Aeronave bimotor da Embraer foi detectada pelos radares da Força Armada Nacional Bolivariana e tentou fugir, mas chegou a ser abatida por caças venezuelanos horas depois. Entre os destroços, estavam documentos pessoais dos mortos, dinheiro em três moedas diferentes e muita droga


Aeronave abatida na Venezuela tinha dois amazonenses a bordo, com drogas e dinheiro. Aeronave abatida na Venezuela tinha dois amazonenses a bordo, com drogas e dinheiro (Divulgação/Ministério para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela)


A CRÍTICA/VICTOR AFFONSO -Um avião com dois amazonenses a bordo foi abatido pela Força Aérea Venezuelana, da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), na madrugada do último domingo (24) no espaço aéreo do país vizinho, divulgou o Ministério para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela. O Itamaraty confirmou a notícia nesta quarta-feira (27). Klender Hideo de Paula Ida, de 24 anos, e Fernando César Silva Da Graca, de 32, morreram no local e mais de 600 tabletes de cocaína foram encontrados na aeronave.

O avião bimotor Embraer EMB-820C,  de prefixo PT-RCN - que teria supostamente saído do Aeroclube de Manaus e estava com a documentação em dia - foi derrubado no município de Ricaurte, no estado venezuelano de Cojedes, na Venezuela. Ele estava sendo pilotado por Klender Hideo, segundo autoridades. De acordo com informações, a família de Klender estava sem notícias do piloto há vários dias.


Uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (26), encabeçada por Ascanio Irwin, presidente do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela, e com a presença do comandante da Defesa Integral e do prefeito de Cojedes, informou que a aeronave foi detectada ainda por volta de 19h45 de sábado (23) pelos radares, na região de Puerto Ayacucho, no Sul da Venezuela e próximo ao Amazonas.

A FANB solicitou a identificação e pouso do avião pilotado pelos amazonenses, sem resposta. De acordo com Irwin, o avião Embraer conseguiu despistar os dois caças que o seguiam, auxiliados pelo mau tempo meteorológico que se formou acima da cidade de Elorza, e fez menção de pousar, sumindo dos radares. Só quase 3 horas depois é que os caças avistaram a aeronave brasileira novamente, abatendo-a por volta de 0h40 de domingo.

No local da queda dos destroços, visitado por Irwin na segunda-feira (25), os corpos já estavam parcialmente carbonizados, mas documentos, como Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e passaportes dos dois amazonenses, foram encontrados, assim como US$ 500, 1,7 mil pesos colombianos e algumas moedas de real.


Ao todo, 616 tabletes de cocaína (comprovado por laudos forenses apresentados pelas autoridades venezuelanas) também estavam no avião. O local onde a droga estava armazenada e o motivo de permenecer intacta, apesar do avião estar irreconhecível, não foram esclarecidos. Também foi comprovado que a aeronave tinha um prefixo venezuelano falso "colado" em cima da identificação real.

Ainda segundo Irwin, é claro para eles que a droga veio da Colômbia e tinha Arauca como um dos destinos, mas que também poderia estar sendo levada para alguma ilha do Caribe, já que o avião fazia a rota comumente utilizada por narcotraficantes da América Central. Investigações estão sendo conduzidas.


Procurado pela reportagem no início da tarde desta quarta-feira (27), o Aeroclube afirmou que só se pronunciará por meio de seus diretores, que estão no local apenas pela parte da manhã. Uma atendente, que não quis se identificar e nem pode responder oficialmente pela empresa, afirmou que funcionários ficaram sabendo do incidente por meio da imprensa.

O Itamaraty confirmou a ação. A Embaixada Brasileira na capital Caracas foi comunicada pelo governo venezuelano ainda no domingo sobre a presença dos amazonenses na aeronave abatida pelos caças latinos. Segundo o Itamaraty, o órgão espera as famílias se manifestarem para encaminhar os corpos de volta ao Brasil.

A reportagem também entrou em contato com a Força Aérea Brasileira (FAB), que ficou sabendo do incidente nesta quarta-feira e já deu início às investigações sobre o incidente. Mais informações serão repassadas ainda nesta quinta. Já a assessoria de comunicação da Polícia Federal no Amazonas informou que ainda não teve pedido para investigar o caso.

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