1 de mai. de 2012

HALLEY É EXPULSA DA BOLÍVIA E SEUS DONOS AMEAÇADOS

Sócio-proprietário da Halley, Jorge Augusto Frari/Fotos: Selmo Melo
Prejuízo é de R$ 4 milhões
Jorge informa que mesmo sendo expulsos da Bolívia, os empresários ainda sofrem ameaças de morte por parte do ex-sócio.

 
Da Redação da Agência ContilNet - Após denunciar um esquema de corrupção e fraude na falsificação de notas fiscais em Cobija, que resultou no desvio de U$ 1,2 milhão em mercadorias, em apenas um ano, os proprietários das lojas Halley foram expulsos da Bolívia e o prejuízo da empresa acreana já somam mais de R$ 4 milhões.


O esquema envolve uma procuradora do Ministério Público de Pando, o ex-sócio e a esposa dele. De acordo com o sócio-proprietário da halley, Jorge Augusto Frari, em 2009 sofreu uma investigação por parte da aduana boliviana que apontou as irregularidades na importação de mercadorias dos Estados Unidos.
 
A loja dos brasileiros foi aberta em  2005, com um sócio boliviano. “ Quando recebemos a fiscalização, descobrimos um esquema armado por ele que consistia no desvio de mercadorias e na adulteração das notas fiscais. A esposa dele, que é contadora, participava de todo o esquema para impedir que descobríssemos o desvio”, detalhou o dono da Halley,  demonstrando cansaço e nervosismo.
 
Eles chegaram a contratar uma auditoria independente, sendo constatada de vez a irregularidade.


“Juntamos todos os documentos e apresentamos ao Ministério Público, que solicitou uma abertura de investigação e a prisão de nosso ex-sócio e da esposa dele, mas houve a mudança de procuradores e as provas sumiram, então ele foi inocentado”, disse Jorge.

Prisão dos empresários acreanos
 
Revoltado com os ex-sócios brasileiros, após ser inocentado, o boliviano decidiu abrir um processo contra os brasileiros. A partir daí, os acreanos decidiram denunciar procuradora que investigava o caso de fraude por corrupção.
 
Jorge acredita que seu “erro” foi denunciar a procuradora, que está sendo investigada. “Só que as autoridades decidiram pedir a minha prisão e a prisão de meu irmão, Ricardo, sob a alegação de que a fraude teria sido cometida por nós”, conta.
 
A informação de que Jorge e Ricardo seriam presos em três dias vazou. Eles teriam também todas as mercadorias apreendidas. “ Então tentamos retirar nossas mercadorias para o lado brasileiro”, detalhou Jorge.
Mercadorias foram transportadas pela madrugada para o Brasil
Ameaças e apreensões

Visando evitar prejuízos, parte da mercadoria da empresa foi retirada na madrugada de sábado para uma casa em Epitaciolândia.
 
“Reunimos  todos os funcionários, levamos até um caminhão que foi utilizado no transporte. Tínhamos cerca de R$ 4 milhões, mas conseguimos retirar apenas R$ 2 milhões que acabou sendo presa pela Polícia Federal e pela Receita Federal por meio de uma denúncia anônima.


Não quero sonegar, apenas quero guardar a mercadoria para poder abrir uma nova empresa e voltar para Cobija”, disse o empresário.
 
Jorge informa que mesmo sendo expulsos da Bolívia, os empresários ainda sofrem ameaças de morte por parte do ex-sócio.


“Acabamos perdendo tudo e nossa família está sendo ameaçada.Enquanto estávamos em Brasiléia, na frente de policiais federais, recebemos ligações fazendo ameaças, por isso solicitamos a PF segurança. Os militares da Força Nacional já foram informados”, disse o sócio proprietário.
 
Sob o pretexto de uma operação chamada Cometa, em alusão à empresa Halley, a Polícia Federal divulgou uma nota confirmando a apreensão dos produtos importados. Toda a mercadoria acabou sendo trazida para Superintendência, em Rio Branco.
 
“Não queríamos perder as mercadorias, mas preferimos deixar nossas mercadorias presas aqui, no Brasil, do que naquele país que não existe lei. O secretário Segurança e o Ministério das Relações Exteriores já sabem de todo o problema, mas pedimos socorro às autoridades brasileiras para que haja algum tipo de intervenção”, pediu Jorge.
 
No texto da PF, toda a mercadoria apreendida foi encontrada pelos agentes estocada em uma casa dos donos da Halley, em Epitaciolândia, às17h30, mas somente às 4 horas da manhã de domingo conseguiram contabilizar e transportar os produtos para um caminhão que levou tudo para Rio Branco.
 
Um processo administrativo foi aberto para analisar a procedência da mercadoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.