23 de mar. de 2011

GOVERNO CRIA SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL COM STATUS DE MINISTÉRIO

Daniella Jinkings Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo criou a Secretaria de Aviação Civil para tentar solucionar o problema do setor no país. A secretaria criada pela presidenta Dilma Rousseff será vinculada diretamente à Presidência da República. Com isso, o setor de aviação civil deixará de ser responsabilidade do Ministério da Defesa. A secretaria foi criada por meio de uma medida provisória (MP) publicada na edição extra do Diário Oficial da União da última sexta-feira (18).

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vão integrar a nova secretaria. Entre as atribuições do novo órgão estão a elaboração de estudos e projeções relativos aos assuntos de aviação civil e de infraestruturas aeroportuária e aeronáutica civil.

A secretaria também será responsável pela elaboração e aprovação dos planos de concessão para a iniciativa privada explorar os aeroportos. Ao Ministério da Defesa competirá o controle do espaço aéreo brasileiro.

De acordo com a MP, a Secretaria de Aviação Civil tem como estrutura básica o gabinete, a Secretaria-Executiva e até três secretarias. Serão criadas 129 cargos para as funções administrativas, além de 160 vagas temporárias e 100 efetivas para o cargo de controlador de voo.

Os ministérios da Defesa e do Planejamento têm até o dia 1º de junho para efetivar as transferências relacionadas ao novo órgão. Até esse período, o Ministério da Defesa prestará o apoio administrativo e jurídico necessário para garantir a continuidade das atividades da Secretaria de Aviação Civil.

A Presidência da República ainda não informou quem será o titular da secretaria que terá status de ministério.

CLIPPING A Embraer e a Azul preparam o primeiro voo experimental de um avião de passageiros movido com combustível de cana-de açucar, num projeto que ganhou novo impulso com a assinatura, durante a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, de uma parceria entre os dois países para o desenvolvimento de bioquerosene de aviação.          Alex Ribeiro e Virgínia Silveira
Um voo movido a combustível de cana-de-açúcar

A Embraer e a companhia aérea Azul preparam o primeiro voo experimental de um avião de passageiros movido com combustível de cana-de açúcar, num projeto que ganhou novo impulso com a assinatura, durante a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, de uma parceria entre os dois países para a o desenvolvimento de bioquerosene de aviação. Em jogo, está a disputa por um mercado estimado em cerca de US$ 300 bilhões no mundo todo, e o interesse estratégico do Pentágono, o maior consumidor de querosene de aviação do mundo, em diversificar as fontes de combustível e de se tornar menos dependente de petróleo.

De acordo com o diretor de Estratégias e Tecnologias para o Meio-Ambiente da Embraer, Guilherme de Almeida Freire, o primeiro teste em voo do bioquerosene, obtido da cana-de-açúcar, será feito em um avião da companhia aérea Azul, na pista que a Embraer construiu, em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, para testar seus aviões em desenvolvimento. A previsão é de que o teste seja realizado no primeiro semestre do ano que vem.

"A Azul será a primeira companhia aérea a utilizar esse combustível no mundo, a partir da rota tecnológica baseada na sacarose. Temos grandes expectativas de que o acordo com o governo americano possa dinamizar o processo de difusão do novo combustível, com a entrada de novos capitais", diz o presidente da Azul, Pedro Janot.

O biocombustível que a Embraer utilizará em seus aviões comerciais, da família E-Jets, já está em fase adiantada de desenvolvimento nas instalações da empresa americana Amyris, parceira da fabricante brasileira num projeto ambicioso, que também envolve a companhia aérea Azul e a General Electric, produtora dos motores que equipam os jatos brasileiros.

O processo de certificação do bioquerosene da Amyris terá que passar pelo crivo das agências reguladoras da aviação nos Estados Unidos e no Brasil pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). À Agência Nacional de Petróleo (ANP), caberá a autorização para a venda e o consumo do novo combustível, segundo Freire.

A proposta das empresas é oferecer um produto seguro, renovável, estável em termos de custos e que represente uma significativa redução das emissões de gases do efeito estufa em comparação ao querosene de aviação, segundo Freire. Para as companhias aéreas, o novo combustível pode representar mais segurança diante da variação do preço do petróleo, pois o querosene de aviação responde por 30% a 40% dos custos.

O vice-presidente da Amyris, Joel Velasco, afirmou que a companhia investiu cerca de US$ 50 milhões no desenvolvimento do bioquerosene que será utilizado nos jatos da Embraer, mas que tem a pretensão de ser produzido em escala global.

A Embraer iniciou as suas pesquisas sobre o uso de biocombustíveis em 2007. Dois anos depois assinou um memorando de entendimento com as empresas Amyris, GE e Azul para avaliar os aspectos técnicos e de sustentabilidade do novo combustível. Desde 2005, entretanto, a Embraer produz o avião agrícola Ipanema, movido a etanol, o primeiro no mundo a ser produzido em série.

Folha Ribeirão
 

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