16 de nov. de 2009

Colômbia devolve militares para aliviar tensão com Venezuela




'Afeto com nosso vizinho é inquebrantável', diz Uribe; embaixador venezuelano afirma que clima é de 'pré-guerra'

Efe e Reuters

Membros da Guarda Nacional da Venezuela foram capturados em um rio na província de Vichada

BOGOTÁ - A Colômbia deportou neste domingo, 15, quatro membros da Guarda Nacional da Venezuela capturados há dois dias em solo colombiano, em um gesto para aliviar as tensões diplomáticas entre os países vizinhos. Os militares haviam sido presos enquanto viajavam de barco em um rio na província fronteiriça de Vichada.

O presidente colombiano, Alvaro Uribe, afirmou que os quatro deportados "devem levar de volta a mensagem de que existe afeto de irmandade para a Venezuela e que esse afeto é inquebrantável".

A declaração não foi suficiente para desarmar os ânimos na região. Gustavo Márquez, embaixador venezuelano na Colômbia, afirmou neste domingo que há "uma situação de pré-guerra" que ameaça a Venezuela e a hipótese de uma invasão patrocinada pelos Estados Unidos não deve ser descartada.

"O presidente Chávez disse que tínhamos que nos preparar para a guerra, porque há uma situação de pré-guerra: está sendo construído um cenário de guerra que ameaça a Venezuela e todos os países da região", disse Márquez em declarações publicadas pelo jornal colombiano El País, de Cali.

Para ele, o acordo militar assinado entre Colômbia e EUA, pelo qual tropas americanas poderão usar bases militares em território colombiano, é inconveniente e ameaça a soberania regional, "embora respeitemos essa decisão do Estado colombiano".

O embaixador venezuelano acrescentou que é necessário refletir sobre estes fatos para buscar um caminho que permita recompor as relações bilaterais, congeladas desde agosto por ordem de Chávez. "Como consequência da falta de transparência, não há confiança, e quando não há confiança, não pode haver relações estáveis", afirmou o diplomata.

A tensão entre os dois países aumentou desde que Chávez alertou seus compatriotas para a possibilidade de uma guerra por causa do acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos e pediu para que estivessem preparados. Chávez vê o convênio, que permite a militares americanos o uso de bases colombianas, como uma ameaça para seu país e a região.

Dias depois da polêmica declaração, o presidente da Venezuela disse que apenas fez uma reflexão baseada no ditado latino "si vis pacem, para bellum" ("se queres a paz, prepara a guerra") e atribuiu a "uma manipulação midiática" a compreensão de que sua fala seria uma convocação ao confronto.

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