24 de fev. de 2009

Dá pra acreditar?



Em: Extra.Globo.Com
http://extra.globo.com/rio/materias/2009/02/22/fiel-islamico-entra-com-acao-diz-que-marchinha-de-carnaval-enxovalha-nome-do-profeta-maome-754544068.asp
RIO - O produtor e apresentador de TV Marcelo Abbas Musauer olhou a cabeleira do Zezé e não gostou. No ano passado, Musauer, de 38 anos, que professa a fé islâmica, entrou com uma ação na Justiça contra Irmãos Vitale S.A. Industria e Comercio, titular dos direitos autorais da marchinha de carnaval "Cabeleira do Zezé", e João Roberto Kelly, compositor da música. Na opinião de Musauer, a marchinha denigre a imagem do profeta Maomé.

- A música enxovalha o nome de Maomé, que criou uma das maiores religiões do mundo, o islamismo. A música mistura o profeta com uma festa profana. Imagina se fosse com Jesus Cristo e as pessoas gritassem "bicha, bicha"? - defende Musauer, que carrega um dos sobrenomes da família do profeta Maomé, Abbas, e pretende mudar seu nome de Marcelo para Sultão, título dado a príncipes e soberanos maometanos.
Petição indeferida

Porém, no entender do Juiz Maurício Chaves de Souza Lima, a marchinha não faz menção à religião islâmica, nem relaciona Maomé com qualquer elemento negativo ou pejorativo. Além disso, o juiz considerou que Musauer é parte ilegítima, pois a ofensa não seria dirigida a ele, e sim ao profeta e ao islamismo.

"Na verdade, a letra apenas relaciona Maomé a uma pessoa cabeluda, aliás, como assim é retratado em gravuras, e isto, ainda por cima, para permitir a rima. (...) De outra parte, quando a letra da canção alude a transviado, palavra que não tem o significado de homossexual, antes de pessoa corrupta em seus costumes, está claramente a referir-se a Zezé", escreveu o Juiz na sentença.

O compositor da música, João Roberto Kelly, afirma que não teve a intenção de ofender os religiosos:

- A letra é de 45 anos atrás. Não fiz com esse propósito.

Descontente com a decisão, Musauer entrou com um recurso, mas a petição inicial foi rejeitada. O muçulmano, porém, não pretende desistir. E dessa vez não vai à Justiça sozinho:

- Vou até ao Supremo, se for preciso. E agora terei o apoio de associações muçulmanas. Ainda mandarei carta para autoridades palestinas.

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